RPG pós-apocalíptico oferece horas de diversão sem atingir expectativas.
Novidades aumentam liberdade de escolhas, mas não revolucionam.
Não entendam mal. O game lançado no início de novembro tem suas bem-vindas novidades e é muito divertido. O inédito modo de construção de assentamento pode garantir horas de distração.
Apesar de ter um mecanismo meio tosco, ele oferece inúmeras possibilidades para montar casas, prédios ou vilarejos sem nunca perder aquele ar sucateado do mundo de “Fallout”. Falta, no entanto, um propósito verdadeiro à novidade, que nunca chega a influenciar de forma contundente a experiência.
'Fallout 4' oferece armas lasers, rifles e até espadas flamejantes (Foto: Divulgação/Bethesda)
Construa ou não um arranha-céu. Proteja os assentamentos ou deixe que os invasores matem todo mundo. Não fará muita diferença. É possível chegar ao final do jogo sem ter plantado uma única batata -- e não estou falando no sentido figurado.
A personalização de armas e de uniformes também é uma bela adição. É interessante ter o poder de adaptar seus armamentos à sua maneira de jogar. Com o material adequado, é possível transformar uma fraca pistola automática em um potente rifle de precisão ou reforçar uma armadura que não oferece proteção suficiente contra radiação.
É possível personalizar suas armas e armaduras
(Foto: Divulgação/Bethesda)
O processo pode ficar repetitivo, é verdade, mas ninguém é obrigado a colher sucata por aí para construir armamentos melhores. Itens poderosos e únicos ainda podem ser adquiridos ao completar determinadas missões ou ao matar certos inimigos.
Há também o novo sistema de evolução de personagem, que une atributos e habilidades no mesmo painel. Ao colocar tudo no mesmo painel -- são dezenas de características --, a mudança pode causar um certo desespero nos novatos, mas se mostra intuitiva o suficiente para que seja facilmente explorada com o tempo.
“Fallout 4” compensa a falta de novidades com visuais arrebatadores e um altíssimo grau de imersão. É difícil não acreditar na autenticidade da Boston pós-apocalíptica apresentada no game.
Cada construção repleta de mercenários, super mutantes ou animais radiativos apresenta narrativa própria, recontando através de anotações e computadores os últimos momentos de seus moradores antes das explosões nucleares que deixaram a humanidade por um fio.
É nesta habilidade de envolver o jogador em cada uma das suas milhares de histórias que recai a maior força da franquia. É possível passar dias apenas explorando cada construção, caverna e morro da cidade sem realizar uma única missão da história principal -- e não se sentir prejudicado por isso.
(Foto: Divulgação/Bethesda)
O processo pode ficar repetitivo, é verdade, mas ninguém é obrigado a colher sucata por aí para construir armamentos melhores. Itens poderosos e únicos ainda podem ser adquiridos ao completar determinadas missões ou ao matar certos inimigos.
Há também o novo sistema de evolução de personagem, que une atributos e habilidades no mesmo painel. Ao colocar tudo no mesmo painel -- são dezenas de características --, a mudança pode causar um certo desespero nos novatos, mas se mostra intuitiva o suficiente para que seja facilmente explorada com o tempo.
“Fallout 4” compensa a falta de novidades com visuais arrebatadores e um altíssimo grau de imersão. É difícil não acreditar na autenticidade da Boston pós-apocalíptica apresentada no game.
Cada construção repleta de mercenários, super mutantes ou animais radiativos apresenta narrativa própria, recontando através de anotações e computadores os últimos momentos de seus moradores antes das explosões nucleares que deixaram a humanidade por um fio.
É nesta habilidade de envolver o jogador em cada uma das suas milhares de histórias que recai a maior força da franquia. É possível passar dias apenas explorando cada construção, caverna e morro da cidade sem realizar uma única missão da história principal -- e não se sentir prejudicado por isso.
A Boston construída no jogo é intrigante e cheia de personalidade (Foto: Divulgação/Bethesda)
‘Nova’ engine, velho problema
“Fallout 4” utiliza uma engine gráfica diferente de seus antecessores, mas não aparenta uma evolução muito grande. Utilizada anteriormente em “Skyrim”, a Creation Engine cria a mesma física caricata e cheia de problemas presentes em “Fallout 3”, “New Vegas” e no mais recente capítulo de “The elder scrolls”.
Problemas que eram aceitáveis e até passavam um belo aspecto cartunesco aos jogos até 2011, como sangue jorrando de membros arrancados aleatoriamente ou corpos explodindo em pixels, dão a impressão de títulos dos consoles da geração passada se comparados à qualidade de um “Metal Gear Solid V”.
Ser tão parecido a seus antecessores, dois sucessos incontestáveis, não poderia ser algo ruim. No final do dia, o que falta a “Fallout 4” é aquela inovação que garanta à produção o título de capítulo verdadeiramente original na franquia pós-apocalíptica.
A expectativa antes do lançamento era de Game do Ano. Após algumas dezenas de horas de jogo, a ansiedade de outrora parece um exagero. Mas, se tivesse sido lançado em 2011 como parece, “Fallout 4” com certeza estaria em qualquer top 3.
Super mutantes são apenas uma das ameaças que povoam 'Fallout 4' (Foto: Divulgação/Bethesda)
Modo de criação de personagem de 'Fallout 4' acontece em frente ao espelho (Foto: Divulgação/Bethesda)
Fãs vão reconhecer vários elementos da série 'Fallout' em 'Fallout 4', como a arma Fatman (Foto: Divulgação/Bethesda)
Na sua cara Bethesda! |
Fonte: G1
0 comentários:
Postar um comentário