Lucas Limas tem apenas 11 anos e um talento de dar inveja em muitos adultos. Embora não tenha concluído sequer o curso de informática básica, o garoto é capaz de desenvolver games para serem jogados em computadores na rede mundial .
O menino, um pouco tímido, conta que descobriu a habilidade aos nove anos e desde então vem se aperfeiçoando apenas assistindo a vídeos e tutoriais na Internet. “Geralmente eu assisto os vídeos no Youtube e baixo os programas no meu computador. O que eu mais uso é o RPG Maker, que é utilizado para criar jogos profissionais ou testes. Esses jogos estimulam a capacidade de raciocínio e lógica do jogador”, afirma o menino.
Outro detalhe é que Lucas não fala inglês, mas a paixão dele pelos games online o faz entender o mínimo para desenvolver os seus jogos. “Tudo eu pesquiso na Internet. Quando não entendo, recorro para a tradução. Mas hoje em dia, eu já consigo entender quase tudo, então é muito tranquilo para mim”, afirma ele.
Nos últimos dois anos Lucas criou três jogos para a internet. O mais novo deles é o “Lucgouh”, que pode ser baixado em sites de hospedagem e compartilhamentos de arquivos como o 4Shared. Nos primeiros 10 dias de hospedagem, o programa alcançou mais de 200 downloads.
“Eu contei para um colega da escola e ele foi espalhando para os outros da turma. Quando eu fui ver, o jogo já tinha mais de 200 downloads. Fiquei até surpreso”, disse ele, que cursa o 6º ano do Ensino Fundamental, em uma escola da rede pública na Zona Leste.
Como funciona
O “Lucgouh” é um jogo que exige raciocínio lógico e habilidade. Em vez de fases, o jogador supera o nível ao passar por cidades, que são três: Evregue, Harewn e Itisuan.
Na primeira cidade, em Evregue, o jogador vai até um hotel e consegue uma “parceira” virtual. Na saída eles se deparam com seu primeiro inimigo, uma planta carnívora. O jogador e a companheira precisam encontrar meios de destruir o inimigo e, se conseguir, avançar para a próxima etapa, em Harewn.
Nesta etapa, o jogador troca de parceira e vai passar por um deserto, onde encontrará o segundo inimigo: um escorpião gigante. “Aí temos que usar as armas para vencer mais este inimigo e superando ele, passamos para a última e mais difícil fase, a Itisuan”, explicou o garoto.
Na última fase, o jogador encontra com o último parceiro e passa por mais um desafio, que é vencer o “deus maligno”, em um vulcão”. “A proposta é pensar rápido e encontrar as armas certas para vencer. É um jogo que exige muito raciocínio”, complementa.
Menino da periferia fala sobre sonhos
Ser programador de games é que Lucas Lima quer ser quando crescer. Apesar da pouca idade, ele reconhece que ainda precisa de estudos e de especialização para chegar onde quer.
“Eu quero continuar fazendo isso porque é o que eu gosto. Sei que preciso me especializar, obter mais experiência para ser um bom profissional.Por isso tenho que estudar”, relata o garoto, que se considera um aluno mediano.“Não sou o pior nem sou o melhor. Mas as minhas notas sempre estão na média. Digamos que eu sou um aluno mais ou menos aplicado”, falou o criador do Lucgouh.
O garoto aprendeu a criar e desenvolver os jogos apenas assistindo a vídeos nas redes sociais, surpreendendo até mesmo a família. Lucas cursa apenas o 6º ano do ensino fundamental em uma escola da rede pública municipal, em Manaus.
De olho nos smartphones
Lucas Lima sonha alto. O próximo passo dele é desenvolver os games para serem jogados em smartphones, nas plataformas IOS e Android, além dos computadores. “Eu seu que vai ser um pouco mais complicado, mas já estou estudando mecanismos para tornar isso possível”, afirmou ele, que quer seguir a carreira de Programador de games quando crescer.
O menino de apenas 11 anos gosta tanto de internet que se transformou, também, em um verdadeiro “youtuber”, que produz vídeo exclusivamente para o site Youtube. No site, Lucas divulga vídeos caseiros ensinando as pessoas a jogarem certos games, além de dar dicas de como usá-los como corretamente. Ele também usa a plataforma para ensinar as pessoas a criarem outros jogos com os desafios.
Blog: Daniela Lima, autonôma e mãe de Lucas
"Fomos pegos de surpresa porque não sabíamos que ele tinha habilidade para isso. Ele começou fazendo jogos simples, mas agora o negócio está ficando mais sério, mais complexo. A gente pergunta como ele aprendeu a fazer esses jogos e ele diz que foi só assistindo a vários vídeos na Internet. O engraçado é que o Lucas não fez nenhum cursos técnico em informática. Ele chegou a iniciar o curso básico, mas não foi adiante, e tudo o que ele aprendeu a fazer foi, exclusivamente, assistindo a esses vídeos no Youtube e outros sites. Acho que ele aprendeu rápido por gostar muito de computadores."
Fonte: Acritica
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